Delírios
Não te quero para colher os lírios do teu jardim,
Nem para olhar teus olhos com luz de aurora.
Quero te sentir profundamente na essência,
Para ser duradouro como as manhãs que nascem.
Não te quero para tragar teu perfume nas noites,
Nem para me embriagar no néctar do teu seio.
Quero te sentir na simplicidade dos que amam,
Para poder te enxergar como criança descobrindo a vida.
Não te quero para sentir tua face encostada em minha face,
Nem para ouvir gemidos sussurrados como vento.
Quero ser simples para que dentro de ti seja complexo,
Quero ser puro para que dentro de ti seja o amor.
Se ainda sentires necessidade de encostar em uma outra face,
Quero ser ainda como as manhãs floridas,
Que renascem a cada pensamento de um homem,
Como vive a vida que foi ou deveria ter sido.