O lado opaco do amor
A noite veio sobre o nosso amor.
O céu que outrora sorria, fechou-se e abrigou toda a dor.
Tomou conta de nós dois a mesma agonia,
aquela que sempre impede que o dia
surja no horizonte com outra cor.
Você se foi no universo de outra vivência.
Disse um adeus no qual eu nunca acreditei.
E o pranto que escondi e jamais derramei
fez reverências a todas as palavras que eu havia escrito,
no manto azul de um céu que outrora foi tão bonito
e que hoje, depois da chuva, consentiu a insistência.
De nada mais falei desde que não somos.
As verdades que calei, viraram frutos, são pomos.
E agora quem as saboreia não sou eu, que ainda espero,
não é você, a quem eu tanto quis e ainda quero,
mas o infinito não saber que perdeu-nos na transparência...