Ausência de Som



... e a voz se perdeu na imensidão!...
Nunca mais ouvirei o seu doce canto;
Estou neste calvário, enquanto
o pranto corrói o meu coração!

Estou só! Das horas perdi a noção!...
- Meu Deus! Por que fui amá-la tanto?
Ela se foi!... Perdi todo o encanto!
Não sei o tamanho da solidão!

- Por onde andará meu espírito de luz?
Sinto o corroer da carne nesta cruz!
Não meço a distância entre Terra e Céu!...

Ainda guardo o retrato da alma bela!
Contento-me com o clarão da vela...
Pra tocar o meu rosto envolto em véu!...


Ribeirão Preto, 20 de janeiro de 2004.
13h24 min.


Machado de Carlos
Enviado por Machado de Carlos em 25/03/2009
Reeditado em 19/02/2012
Código do texto: T1505812
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