VOU-ME EMBORA ISADORA

Vou-me embora Isadora

Deixar de uma vez por todas

O mel em tintas tão rubras

Nos teus lábios de amora

Vou-me embora Isadora

minha pequena lua nua

louçania de tulipa

que se ama e se adora

Vou-me embora Isadora

Na varanda da nossa paixão

Sobre um mar de arco – íris

Engolfou-se céu de cinzas

Aguilhoadas de escorpião

Vou-me embora Isadora

eu jamais devia derrubar

mas jamais devia vasculhar

na tua caixinha de Pandora

Vou-me embora Isadora

Deixar de uma vez por todas

De esmaltar tuas velhas promessas

De servi-las em coloridas travessas

Mas que pelas janelas d’alma

você sempre arremessa

Vou-me embora Isadora

Deixar de gritar teu nome

Como estocadas de cimitarras

Como poções melífluas de amor

que num corpete tecido por ninfas

tu sempre sedutoramente amarras

Vou-me embora Isadora

Deixar de suplicar teu nome

Como um refrão de vida e luz

Que ora dissolve ora revigora

No frio ou no calor das horas

Já vou-me embora Isadora

Só me diga como viver

Sem minha pequena lua nua

louçania de tulipa

que se ama e se adora?

poesiasegirassois.blogspot.com

Davi Cartes Alves
Enviado por Davi Cartes Alves em 25/03/2009
Reeditado em 08/04/2009
Código do texto: T1505622
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