ÍCARO E O FEL

Por onde anda o teu sol nesta hora de sombra escuridão
que até mesmo os meus pensamentos “secam” numa valeta riscada de tinta e giz?!
Quem acendeu esta lua de fel que sorri lá de cima enquando eu ainda não tirei os meus cabelos caídos sobre os meus olhos?!
Quem vive e adormece nesta sua musica de uma nota só que gira feito pião e me obriga a um beijo nos teus dentes novos e tão brancos?
O que acontece com a sombra da tua mão quando ela toca o meu viver e descolore a cor dos meus olhos?! O que te acontece na alma quando o meu sal te respinga e transborda dos meus poros a energia da minha vida?!
Nada?!
Nada acontece no branco turvo que te habita! Nada!
Eu pensei - por um breve momento eu pensei - que houvesse cor dentro da cera que te reveste – cera! Será?
Ícaro de plumagens vocálicas que sobrevoou cada sonho
cada respirar, cada pensamento – cada esperança de amanhecer! Ícaro... Ícaro...
Ícaro e suas penas, suas alegorias, suas doces e trágicas fantasias. Tudo se aquieta e tudo me acalenta na imensidão dos teus vôos para sempre e sempre mais distantes.
Tudo se perde entre o faiscar das luzes no céu e o verde que não floresce nas Dunas.
Tudo se perde em cada Barreira, em cada pena que te cai das asas...
Tudo se perde e se perdeu...
...até os meus mais loucos sonhos, adeus!



www.luciahlopezprosaeverso.net

Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 24/03/2009
Reeditado em 04/08/2009
Código do texto: T1504072
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.