Poema 0677 - Meus não(s)
Preciso de uma nova espécie de amanhã,
meu mundo tem muitos não(s),
os dias seguintes são iguais aos ontens,
não sei traçar planos, não sei pedir ou a quem...
Tento deixar o amanhã para depois,
levarei minha alma até outro corpo caso precise,
sinto que o impossível é a tônica da minha vida,
não posso crer que é tudo é igual, não amanhã.
Pareço confuso ante a falta dos sins,
os sonhos estão cada dia menores, mais simples,
o corpo sente um cansaço anormal para meu hoje,
desligo o mundo a cada delírio e finjo dormir.
Voltarei outro dia, espero sem outro pesadelo,
com a esperança da criança que conquista o mundo,
as mãos limpas como agora, o coração sem pecado,
só com a vontade de amar, não por qualquer motivo.
Procuro a felicidade dentro de um mundo vazio,
desenho trilhas para caminhar cada centímetro,
perco-me nos desejos que jamais realizo,
quero enxergar além do horizonte, uma vez ao menos.
Liberem o caminho, deixe-me livre para viver,
quero a liberdade de realizar meus poucos desejos,
dormir sem hora pra levantar depois do sonho,
fazer meu hoje feliz, eu e a quem amo.
Não vou comprar sonhos alheios, nem fabrica-los,
corro meus próprios riscos, cumpro minhas promessas,
antes, quero ser amado, querido, e fazer sorrir,
preciso conseguir chegar até onde está a felicidade.
O sol se põe, é tarde, espero o final de mais um dia,
caminho meus pensamentos até onde está minha amada,
ensaio palavras, resumo alguns poucos desejos
e espero... talvez amanhã sem não(s) e uns poucos sins.
04/05/2006