Poema amalucado
de Edson Gonçalves Ferreira
para Sulamita Coelho Amaral e
Clio Coelho Ferraz e amigos do Recanto
Mineiro até hoje manda quitanda um pro outro
Como não faço, telefono
Coloco música para meus amigos
Sulamita Coelho acabou de escutar canções
Enquanto eu pensava na Clio que chega amanhã
E sonhava com a Sônia, no Japão, que não liga o skipe
Deus me fala de diferentes formas
Ele atravessa em tudo o quanto faço
Aí é que eu ganho forças
Sou geminiano como Pessoa
Falando nele, lembro-me de Susana Custódio e da Malubarni
Elas me esperam em Portugal para andar de braço dado
Vou comer pastéis de nata
É claro que terei também amigos gentis
O Miguel, o Zé Albano, o Henricabilio me ajudarão
Preciso conhecer a Terrinha
O Peter Pan disse que vai comigo
Eu queria não gastar e voar com o pó da Fada Sininho
Ela está dizendo que não tem jeito
A Sulamita vai acessar o Recanto
Quem sabe ela fica
Quando conhecer a sabedoria da Celina Figueiredo
Ela se encantará com a beleza dos textos e da pessoa de todos
Parece que estou vendo a cara dela, ao ler:
Malubarni, Susana Custódio, Claraluna, Zélia Nicolodi, Milla Pereira
E Fernanda Araújo e todos vocês que amo demais
Este poema é amalucado, porque eu queria abraçar todo mundo
Citar todo mundo, multiplico-me para sentir
Mas nem Pessoa conseguiu fazer isso
E olha que ele criou heterônimos
Eu sou múltiplo
Adélia Prado disse que mulher é desdobrável
Discordo dela
Não é só mulher, não
Quem ama é que é desdobrável
Eu me desdobro tanto que, às vezes, me confundo
O que sinto não é só meu, é do outro que fui ou que serei
Afinal, amar é dividir atenções
Falando nisso, estou tão carente
Me dá um pouquinho de amor?
Divinópolis, 23.03.09