O CHEIRO DA SAUDADE
Surge a nova lua
na morada que não é sua.
Lá fora se renova,
aqui dentro o acalento,
que pulsa dentro de mim,
varrendo os passos da vida.
O brilhar da lua,
no refletido ouro da minha cama,
delírio do pensar a quem se amou,
no esconderijo das mulheres
dos meus dias.
O ouvir do cantar na minha janela,
ao som da felicidade,
deixa-me com o coração engrandecido
e a alma com saudade.
A voracidade da volúpia,
pecado consentido entre dois,
deixa-nos enaltecido,
na chama que se derrama,
nos lençóis brancos da paz.
Libertos e soltos,
flutuando nas asas da esperança,
cruzando os labirintos do amor,
planando nas nuvens
como duas crianças.
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Até hoje sinto a lembrança
o cheiro dos seus perfumes,
e escuto os murmúrios dos queixumes.