E O TEMPO PASSOU

Diga, mesmo dissimuladamente,

que não foi sua culpa,

que ao insurgir-se

não desejava presentear-me

com os efeitos da desventura;

que o que fez, não

foi por maldade;

que apenas vacilou

quando decidiu sair,

e que sua vontade

suprema era voltar;

que nunca teve a intenção,

de dar seus lábios para

serem beijados por ninguém,

por serem somente meus;

que foi por ingenuidade

que se deixou levar,

tal era o anseio

de conhecer outros

termos de liberdade;

que permaneceu fiel

aos nossos sonhos,

mesmo que tenha passado

tantas primaveras ausente;

que ao adormecer,

seu último desvelo

era querer abraçar-me,

em razão do envolvimento

da saudade.

Por favor, não diga

que esse tempo todo foi sincera,

mesmo na vivência de outras esferas,

e longe dos impulsos

de minhas esporas...

Wil
Enviado por Wil em 04/05/2006
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