´POEMAS PROFANOS: "Alouminho", "brêtema", "lambetada", "lôstrego"

Vou "profanar" o lirismo léxico da Poeta Galega. Que ela e os deuses me abençoem:

ALOUMINHO

Eu faço um alouminho

Àquele de quem gosto

Na face do meninho

Na seda do teu rosto

Escreveu ela e eu retruquei:

Precisamos todos de tantos alouminhos!!!

Mas labaçadas, muitas labaçadas

nos dão os homens e a vida...

Agasalhe-me, pelo menos, o alouminho

dos teus poemas, minha Poeta Galega!!!

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BRÊTEMA

É o mesmo que a névoa

Que os navios faz perder

Dorme de manhã nos campos

Refresca e não deixa ver

Poetou ela e eu tentei condizer:

Bretemoso é por vezes

o humano pensamento:

Perde norte e estrelas

para afundir no averno.

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LAMBETADA

É doce guloseima

Feita para lamber

E para nas crianças

Um sorriso fazer

Ela. E eu:

Também os adultos

gostamos de lambetadas:

Os amigos certos

e as conversas claras.

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Por fim, a Poeta Galega:

LÔSTREGO

O lôstrego é o raio

Que no trovão faísca

Luz grande como o faro

Que atravessa a ventisca.

Eu:

Lôstrego é a vida surgida na Terra:

Foi para o Sul, foi para o Leste

e para o Oeste extenso.

Abriu no Brasil

carnaval de cores...