Leveza

O Aço cortou a substância

pura e intacta da Leveza.

O Fogo queimou sua superfície.

Mas sua essência ficou.

A Morte teimou em destruir-lhe

o sonho de alçar vôo.

Ela renasceu, feito fênix, e vôo.

Então, mesmo ferida, prosseguiu.

A dor foi muita, demorada, infinita.

Pediu emoção ao Vento que passava.

Aquele Vento adorado, em quem acreditava.

Passou por ela, como que por obrigação.

E lá se foi o Vento por outros caminhos,

deixando-lhe, além da dor, a saudade,

o vazio do não-se-estar.

Naquele exato momento,

a Leveza, ainda pura, genuína,

soube que tinha de prosseguir,

mesmo só, mesmo sem o Vento.

Soube,naquele momento, que ele

nunca a mereceu.

Então continuou seu vôo...

Precisava ter certeza que

alcançaria o céu...

SueliFajardo
Enviado por SueliFajardo em 03/05/2006
Código do texto: T149799
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