CHAVE

Deixei a chave

na planta mal regada do nosso amor displicente...

Ficou tudo como estava...

Os lençóis manchados com o suor do nosso corpo...

Amassados...Denuciando nosso gozo.

Na camisa, jogada ao chão que incrimina nossos passos,

a marca do baton borrado...

No criado mudo, principal testemunha de tantos atos,

as taças de cristal,prova embriagante dos digitais enlevos....

Na carta, em cima da velha mesa,

o adeus,manchado de lágrimas...

E a chave...A velha chave na mesma planta...

Que secará da sede do amor que vivemos.