O AMOR É ASSIM
Quando livre e o mundo me sorria
Minh’alma não sabia namorar
A cabeça, de amor era vazia
E via da vida; apenas a vida passar.
Cada amor que meu destino cruzava
Era mais um sonho uma fantasia
Um sentimento de açucena me guiava
Vivia num mundo de eterna magia
Em travesseiros viajantes eu dormia
Eram noites perfumadas de esperanças,
Sonhos ingênuos de infante
Que ficaram apenas nas lembranças.
Mas um amor verdadeiro apareceu-me
E com ele trouxe a realidade
Mostrou-me o apego, o ciúme a falta
O que é distância, vazio, saudade.
Jogou fora todas as fantasias
Com os sonhos impossíveis de outrora
Amou-me ternamente, docemente
Acariciou-me com mãos de senhora
Desnudou-se em desejos e ânsias
Ensinou-me gozos, volúpias e querer
Mas que a solidão nos alcança
Quando não é lindo o amanhecer
Deu-me dias de depressão e espera
Tirou-me os castelos deu-me coesão.
Não fez de tudo uma canção, foi sincero
Encinou-me que se morre de paixão.
E que há tempos fora maldito,
Excomungado, uma doença, proibido.
Porque inebriava as pessoas
Era lindo gostoso um anjo e bandido
Dele surgiu o vazio na alma
A dependência de não se viver só
Um querer insano de posse comando
Uma loucura levando tantos ao pó.
Sem limites quando fica absoluto
Faz sofrer e chorar mesmo sem querer
Esse lado do amor fica bem escondido
E muito tarde se vai aprender
Apenas o amor que se funde
Como almas gêmeas a cantar
Será sempre ingênuo, submisso, sonhador
E viverá sempre a ver; a vida passar.
Salvador, 18/03/09
Barret.