Escrevo ao amor...
Para ti, escrevo poemas,
Sem sentir nenhum dilema
Não prosa ou só em verso...
Onde me declaro e confesso
Apenas divago sobre protótipos, formas...
Como modelagem ou escultura de argila
Sobre almas, sobre a pele e os corações
De tudo aqui bate uma forte emoção
Para ti, elaboro belos sentimentos,
Como a todo o momento eu pulso
Falo de alento, de beijos escusos
Quando não a tenho fico confuso
Construo pontes na fantasia, fora do fuso
Toco em teu rosto como brisa ou maresia
Onde podemos nós dois ser como unos...
Aí reside teu forte poder e fascínio
Inventa fantasmas... E fala sobre ti
Nas madrugadas te aqueço e a mereço
Para ti, escrevo poemas de amor e torço
Para que saibas da minha devoção
Da paixão, do medo... Da desilusão
Quando não a tenho em minhas mãos
Nos meus poemas eu rio, choro, transbordo
Grito, solto alto e em bom som o verbo
Deliro, adormeço... Acordo... Levanto
E em cada um deles eu posso sentir-te,
Bem perto... Próxima, assim coladinha
Amar-te, como se do meu lado estivesses...
Seduzido, apaixonado, louco e ensandecido
Para ti, escrevo... Ao vento... Sem sentido,
E cada vez mais em rabiscos eu me convenço
Nas palavras soltas, frases feitas... Alivio dos cansaços
Sinto o teu perfume... Que me prende como num laço
Não interessa... O que eles digam ou o que eu faço
Porque quando escrevo... Estou no beijo e abraço contigo
Pois meu melhor abrigo é quando tu estás comigo.
Dueto: Catarina Camacho & Hildebrando Menezes