Quando transborda o coração
Se você fosse hoje a dona do meu coração.
Se eu não fosse cativo do amor que me acolheu.
Eu não estaria sonhando acordar ao lado teu,
todas as manhãs, na plenitude da alvorada.
Que bom seria se você estivesse no vento
que sopra agora em meu rosto, meu melhor alento
e viesse me envolver com seu ímpeto forte,
revigorando-me, trazendo-me de volta ao meu norte,
com a tua palpável presença junto de mim,
num delicioso passeio pelo nosso jardim.
Mas afinal quem sou eu?
apenas uma imagem jazendo na parede de tuas lembranças,
a quem tu lanças, de lampejo, um sorriso lívido,
reagindo a uma recordação qualquer,
que se esvai tão rápido quanto surge.
Os dias nutrem a esperança de que as minhas palavras,
escondidas no recôndito de tua mente,
acordem o teu desejo de me chamar para uma conversa divertida;
passagens avulsas de nossas conversas
suscitando rubores imperceptíveis na tua face;
uma piada de efeito retardado, uma tolice gratuita,
ou uma infantilidade boba que te assalte
com uma gargalhada altissonante no meio da rua,
te obrigando a olhar para todos os lados,
com medo de ser taxada de maluca.
Me acostumei a observar o céu
e a perceber a ausência das estrelas;
e voltei a me encantar com a noite
e acompanhar as fases da lua,
depois que você prometeu sempre passar pelo meu céu,
nas noites de lua nova.
Quem sou eu, para ter alguma esperança?
se não de uns poucos minutos da tua vontade,
num intervalo qualquer do teu respirar.
Quantas saudades já senti
de todas as verdades que vivi na tua companhia.
Quantas verdades já vivi
de todas as vontades que senti na minha fantasia.
Se hoje fosse seu o amor que me acolheu.
Se hoje fosse eu a tua grande paixão,
Eu não buscaria uma folha em branco
para derramar a dor e a saudade.
Derramar-me-ia sobre o teu seio
num gozo indelével de um amor intenso,
de um amor imenso
que a gente só sente quando transborda o coração.
Este texto faz parte da coletânea Alma Nua de Ivo Crifar, pela editora Baraúna.
Se você fosse hoje a dona do meu coração.
Se eu não fosse cativo do amor que me acolheu.
Eu não estaria sonhando acordar ao lado teu,
todas as manhãs, na plenitude da alvorada.
Que bom seria se você estivesse no vento
que sopra agora em meu rosto, meu melhor alento
e viesse me envolver com seu ímpeto forte,
revigorando-me, trazendo-me de volta ao meu norte,
com a tua palpável presença junto de mim,
num delicioso passeio pelo nosso jardim.
Mas afinal quem sou eu?
apenas uma imagem jazendo na parede de tuas lembranças,
a quem tu lanças, de lampejo, um sorriso lívido,
reagindo a uma recordação qualquer,
que se esvai tão rápido quanto surge.
Os dias nutrem a esperança de que as minhas palavras,
escondidas no recôndito de tua mente,
acordem o teu desejo de me chamar para uma conversa divertida;
passagens avulsas de nossas conversas
suscitando rubores imperceptíveis na tua face;
uma piada de efeito retardado, uma tolice gratuita,
ou uma infantilidade boba que te assalte
com uma gargalhada altissonante no meio da rua,
te obrigando a olhar para todos os lados,
com medo de ser taxada de maluca.
Me acostumei a observar o céu
e a perceber a ausência das estrelas;
e voltei a me encantar com a noite
e acompanhar as fases da lua,
depois que você prometeu sempre passar pelo meu céu,
nas noites de lua nova.
Quem sou eu, para ter alguma esperança?
se não de uns poucos minutos da tua vontade,
num intervalo qualquer do teu respirar.
Quantas saudades já senti
de todas as verdades que vivi na tua companhia.
Quantas verdades já vivi
de todas as vontades que senti na minha fantasia.
Se hoje fosse seu o amor que me acolheu.
Se hoje fosse eu a tua grande paixão,
Eu não buscaria uma folha em branco
para derramar a dor e a saudade.
Derramar-me-ia sobre o teu seio
num gozo indelével de um amor intenso,
de um amor imenso
que a gente só sente quando transborda o coração.
Este texto faz parte da coletânea Alma Nua de Ivo Crifar, pela editora Baraúna.