Amar é ridículo
Amar...
Amar é ridículo. (E tenho sido.)
Amar é tão patético quanto perder o juízo.
Amar faz do sábio e do ignorante um ridículo.
Amar nos fazem fracos diante um momento em que precisamos ser mais forte.
Amar nos fazem esquecer que tantas outras coisas existem e que também são dignas de serem amadas.
Amar deveria ser mais despretensioso. Menos doentio e preponderante.
E que a pessoa amada fosse como a flor é para abelha, entendendo que há outras paixões.
Amar deveria ser mais leve que uma pluma.
E não tão pesado como noites sem sono.
Amar deveria ser mais calmo que uma nuvem branca.
E não tão tempestuoso como um tapa na cara.
Amar é ridículo. (E tenho sido um.)
Amar é tudo isso e mesmo assim desejamos sempre amar e amar....
Amar é ficarmos loucos diante um momento em que deveríamos ter a maestria da sanidade.
Amar é torpor, torpedo e entorpecimento.
Amar é bicho solto que nos prendem em suas jaulas e nos expõem ao ridículo.
Amar é uma idealização profundamente poética e inexistívelmente inexprimível.
Amar é ridículo.
Amar é patético.
Eu sempre irei amar.
E pra sempre serei ridículo e patético, porque sempre, sempre irei, cada vez mais, amar e amar...