Amar é ridículo

Amar...

Amar é ridículo. (E tenho sido.)

Amar é tão patético quanto perder o juízo.

Amar faz do sábio e do ignorante um ridículo.

Amar nos fazem fracos diante um momento em que precisamos ser mais forte.

Amar nos fazem esquecer que tantas outras coisas existem e que também são dignas de serem amadas.

Amar deveria ser mais despretensioso. Menos doentio e preponderante.

E que a pessoa amada fosse como a flor é para abelha, entendendo que há outras paixões.

Amar deveria ser mais leve que uma pluma.

E não tão pesado como noites sem sono.

Amar deveria ser mais calmo que uma nuvem branca.

E não tão tempestuoso como um tapa na cara.

Amar é ridículo. (E tenho sido um.)

Amar é tudo isso e mesmo assim desejamos sempre amar e amar....

Amar é ficarmos loucos diante um momento em que deveríamos ter a maestria da sanidade.

Amar é torpor, torpedo e entorpecimento.

Amar é bicho solto que nos prendem em suas jaulas e nos expõem ao ridículo.

Amar é uma idealização profundamente poética e inexistívelmente inexprimível.

Amar é ridículo.

Amar é patético.

Eu sempre irei amar.

E pra sempre serei ridículo e patético, porque sempre, sempre irei, cada vez mais, amar e amar...

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 17/03/2009
Reeditado em 17/03/2009
Código do texto: T1491477