MADRUGADAS...
Era uma vez um sonho
Bem real
Vivido no espaço que dividem dois mundos
Um risível
Outro possível
Que se tocam docemente
Abençoados pelo Invisível
Nas
Madrugadas…
Era a velha história
De Eu vir das planícies
E Tu das montanhas
Tu vinhas duma parte do céu
E eu da terra
Fez-se a osmose dos sentidos
E o teu sonho
Ou menos poeticamente
O teu acordar
Também passou a ser o meu
Em
Madrugadas…
Plenas
Frutuosamente líricas
Tão cheias de tudo
Que descrevê-las
É tarefa para poetas dotados
Mas que não o poderão fazer
Pois elas eram e ficaram nossas
E só nós as pudemos ver
Essas
Madrugadas…
Passadas em todos os lugares belos
Criados
Ou ainda por criar
Sonhados
Ou ainda por sonhar
Onde os afectos
Foram e serão para sempre secretos
Nessas madrugadas
Que irei
Até tudo fenecer
Dentro do local mais gentil
Dentro de mim guardar
Madrugadas…