A Flor e o Altar

Da noite pro dia

Fez-se então poesia

E ela apenas sorria

Pois valia uma vida

Aquele gesto pequeno,

Aquela flor fugidia

Sorriu

Como há muito já não fazia

E era só o começo

Ela assim descobria

E ela foi se arrumar

Maquiando-se pôs a sonhar

Nunca na vida chegou a imaginar

Que vestida assim subiria ao altar

E toda aquela gente

Desenfreada a chorar

Acreditava renitente

Que aquele buquê jogado ao ar

Traria ao peito descrente

A mesma sorte do altar.

Era dia, era poesia,

Como já não fazia, agora sorria

Pois naquela flor fugidia

O amor descobrira

Com as juras ao altar,

Ela estava a sonhar

vendo seus pais ao lado a chorar

Buscando a sorte deles

no infinito de outro olhar.

Lucas Sidrim
Enviado por Lucas Sidrim em 16/03/2009
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