TRAMÓIAS
Porão azedo
a aranha tece os sonhos
que você não encontra mais
A descida pelas escadas
apertadas
conduz ao templo do inferno
Eu não vou
não aceito a imposição das regras
mandem a polícia e o fiscal
Minha alma partiu
estou em pleno exílio
da vagabundagem e do desprezo
Pleno de inutilidade
amo! tenho a mulher
cujas entranhas vertem seda perfumada
Sou um delinqüente
sem nenhum escrúpulo,
exploro a carne por amor ao excesso
A partir das tramóias
e do sexo escravagista, passei
a senhor da mulher raptada
Aonde quer que vá, arrasto-a
em correntes pregadas
nos pés da alma
Juntos atravessamos as terras esquecidas
prestando ao horizonte atenção
pois é quase hora da reverência
Quando a aurora despir a feminilidade
fertilíssima das promessas,
chegaremos frente à fera fabulosa dos acertos
Eu quero estar pronto,
no sexo da amada giro a chave e estrelo o abismo