Teus olhos
Teus olhos, amada, não minto...
São verdes mistérios abissais.
Ao fitá-los logo me sinto
O mais infeliz dos mortais.
Posto que sei de ti impossível
Nada além do olhar permitir
Me consumo em paixão terrível
Ora a chorar, ora a sorrir.
Teus olhos miram-me tão tranqüilos
Que dói-me n'alma aflição diversa
Tortura assim mais que perversa
Amar teus olhos sem possuí-los.