Amo amar todas as coisas,
Sem a exigência de valores.
Quem faz de marquises casas
E em castelos habitam “senhores”,
Amo-os como os assassinos
E me compadeço pelos psicopatas
Amo os adultos e os meninos
E ao que a fome mata.
Amo quem vive na luxúria
E me emociono com as prostitutas
Com pessoas em amarguras.
E aos que vivem felizes
De sorrisos estampados nos rostos
Eu os amo como os andarilhos rotos.
Homens e mulheres de finas estampas
Tudo isso me encanta,
O gari, o pedreiro, o carpinteiro,
O meu amor é verdadeiro.
Amo sem restrições
Os objetos e as coisas abjetas
E em estado de putrefações.
Amo as nuvens e as estrelas
Não só por serem belas
Tanto quanto a lua,
Sem me importar se está fixa ou flutua,
Assim como o sol a girar,
Sem deixar de brilhar,
Pois se aqui há escuridão
Ele ilumina o Japão.
Amo os sem teto e os sem terra
Amo tudo em evolução,
Comunistas e até alguns capitalistas,
Católicos, muçulmanos e evangélicos
Eu os amo igualmente aos psicodélicos
E aos aprisionados pelos grilhões da intolerância
Procuro amá-los com paciência,
Pois que o amor não pode discriminar
Opção sexual ou religiosa
Nem o negro, o branco e o rosa.
Amo amar todas as coisas,
A feiúra e a beleza
Porque somos todos natureza.

jestanislaufilho@gmail.com - breve: Filhos da Terra; Todos os Dias são Úteis.