Enganando o Tempo

Preciso cadenciar os ponteiros do relógio

Para minhas angústias voarem ao longo do tempo...

Quero me apaixonar loucamente,

Fazer canções de amor e cantigas de amigo

Contigo jamais serei vazio pois, só assim,

Voarei longe e enganarei as horas.

Viverei o adágio da melancolia

Proposta pela paixão, que transpõe o vento.

Realizarei uma abstração seral das estrelas em seu olhar

Pois seu mirar venéfico enobrece meu doloroso penar!

Sofrer assim é bom, enganando a vicissitude do tempo...

Dar-te-ei meu coração jogral no infindo prazer carnal,

Pois só assim terei certeza das vítrices temporais,

Presenteio-lhe todos os anéis de Saturno,

Logo viajarei em toda a paz das galáxias,

Só assim demonstrarei meu olhar soturno.

De repente, a poesia fica mais tristonha,

Compor torna-se um difícil penar

E meus versos ficam loucos,

Prontos para acabar!

Paulinho Parada
Enviado por Paulinho Parada em 13/03/2009
Código do texto: T1485115