Enganando o Tempo
Preciso cadenciar os ponteiros do relógio
Para minhas angústias voarem ao longo do tempo...
Quero me apaixonar loucamente,
Fazer canções de amor e cantigas de amigo
Contigo jamais serei vazio pois, só assim,
Voarei longe e enganarei as horas.
Viverei o adágio da melancolia
Proposta pela paixão, que transpõe o vento.
Realizarei uma abstração seral das estrelas em seu olhar
Pois seu mirar venéfico enobrece meu doloroso penar!
Sofrer assim é bom, enganando a vicissitude do tempo...
Dar-te-ei meu coração jogral no infindo prazer carnal,
Pois só assim terei certeza das vítrices temporais,
Presenteio-lhe todos os anéis de Saturno,
Logo viajarei em toda a paz das galáxias,
Só assim demonstrarei meu olhar soturno.
De repente, a poesia fica mais tristonha,
Compor torna-se um difícil penar
E meus versos ficam loucos,
Prontos para acabar!