O FIM (Retrô)
Agora sim...é o fim!
Saibas que esse teu perfume jamais sorvido foi o melhor aroma que tocou-me o sentir;
Saibas que o gosto dos teus lábios vai ficar, ainda que jamais me tendo vindo;
Saibas que teus seios me farão adormecer, mesmo nunca tendo neles eu sabido o que é dormir;
Saibas que me abrigarei em teus abraços, justo os mesmos que jamais me foram ninho.
Agora sim...é o fim!
Saibas que a leveza de tuas mãos ausentes farão tua meiguice eterna em pensamento;
Saibas que teus olhos obscuros serão a luz dos passos que te acham sem o teu encontro;
Saibas que meu peito é tua casa, onde reinas nesse trono donde não tomaste assento;
Saibas que és poema e serás prosa, sem jamais ter sido conto.
Agora sim...é o fim!
Saibas que o pó deixado por ti há de ser ladrilhos que conduzirão à nossa história não escrita;
Saibas que as lágrimas com que me premiaste vão dar frescor às chamas de tuas saudades;
Saibas que o carinho de teu sorrir jamais avistado vai acalmar a revolta que em mim grita;
Saibas que tua voz que nunca escutei será canção celestial nesse solitário hades!
Agora sim...é o fim!
Saibas que tomarei posse de todo teu amor, que de mim foi arrancado antes de ser plantado;
Saibas que passearei junto a ti, de mãos dadas rumo ao horizonte pelo sol recusado;
Saibas que dormirás sob meus beijos noturnos, justo os tais cujo sabor prescindiste;
Saibas que regarei a árvore de nosso amor, justo este que destruíste!
Agora sim...é o fim!
Saibas que o fim não é o termo nem a finalização;
Saibas que há fins que precedem meios e meios que não se findam em si;
Saibas que o fim será eterno se assim dispõe-te em teu coração;
Mas saibas que jamais há fim em mim nesse amor diário que desponta por ti!