O FIM (Retrô)

Agora sim...é o fim!

Saibas que esse teu perfume jamais sorvido foi o melhor aroma que tocou-me o sentir;

Saibas que o gosto dos teus lábios vai ficar, ainda que jamais me tendo vindo;

Saibas que teus seios me farão adormecer, mesmo nunca tendo neles eu sabido o que é dormir;

Saibas que me abrigarei em teus abraços, justo os mesmos que jamais me foram ninho.

Agora sim...é o fim!

Saibas que a leveza de tuas mãos ausentes farão tua meiguice eterna em pensamento;

Saibas que teus olhos obscuros serão a luz dos passos que te acham sem o teu encontro;

Saibas que meu peito é tua casa, onde reinas nesse trono donde não tomaste assento;

Saibas que és poema e serás prosa, sem jamais ter sido conto.

Agora sim...é o fim!

Saibas que o pó deixado por ti há de ser ladrilhos que conduzirão à nossa história não escrita;

Saibas que as lágrimas com que me premiaste vão dar frescor às chamas de tuas saudades;

Saibas que o carinho de teu sorrir jamais avistado vai acalmar a revolta que em mim grita;

Saibas que tua voz que nunca escutei será canção celestial nesse solitário hades!

Agora sim...é o fim!

Saibas que tomarei posse de todo teu amor, que de mim foi arrancado antes de ser plantado;

Saibas que passearei junto a ti, de mãos dadas rumo ao horizonte pelo sol recusado;

Saibas que dormirás sob meus beijos noturnos, justo os tais cujo sabor prescindiste;

Saibas que regarei a árvore de nosso amor, justo este que destruíste!

Agora sim...é o fim!

Saibas que o fim não é o termo nem a finalização;

Saibas que há fins que precedem meios e meios que não se findam em si;

Saibas que o fim será eterno se assim dispõe-te em teu coração;

Mas saibas que jamais há fim em mim nesse amor diário que desponta por ti!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 13/03/2009
Código do texto: T1484196
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