FUGIR DE MIM
Súbito, nasceu em meu peito
um desejo incontrolável,
uma vontade inexplicável
de sumir do mundo,
fugir de mim....
Não sei se estou sendo claro,
nem se me entendem,
mas não consigo traduzir
a razão do vendaval que
aconteceu em nossas vidas.
Nossas mãos sempre foram
um indicativo de união,
paz e oração quando entrelaçadas,
hoje, só dizem desunião..
O infinito, nosso altar,
onde encontrávamos a lua
e suas estrelas, alí
já não existem mais
aqueles luzeiros...
Nosso sentimento sempre foi,
em todos os momentos
uma expressão de amor,
mas...foi descolorido, e assim
perdeu a intensidade, perdeu a cor.
O perfume, constante enfeite
oferecido pelas flores de nossas existências,
evaporou-se, e acabou segregado
nas escuras esquinas da mentira.
Já não existem madrugadas,
só pensamentos sustentados
pela frivolidade do vazio.
Já não existem murmúrios
em meus ouvidos,
só solidão sufocada pela saudades.