Uma espera

Cubro os olhos

Com negrume de uma espera

Mesmo no alvorecer taciturno

Quando o clarim soa dissonante,

O tempo parece não acordar

No divã em brasas,

Deitam-se relíquias

E emoções apaixonadas.

Momentos pintados de lilás

São vaga-lumes na cabeceira.

Logrado o amor,

Restam dores castigantes,

Abraços abstratos,

Canções insípidas

Cantadas nas manhãs tristes.