PREFÁCIO
PREFÁCIO
Como num teatro
Minha vida eu fiz de ato!
Máscaras de inúmeras cores
Desenhos de alegria e tristeza
Fui mendigo na multidão
Ou coringa da realeza
Descortinei segredos
Desvendei mentiras
E encobri meus medos
Fui bilheteiro das vidas que deixei entrar
O lanterneiro que iluminou meu medo de amar
Recostei em poltronas vendo o mundo
E como um ébrio num cálice de fel
Afoguei meu tédio
Oculte-me em coxias com medo da multidão
E dancei sozinho
Enquanto todos beijavam
No salão
Encenei vidas que não vi
Cenas que mal li
Interpretei vilões... Heróis
E entre bandidos e mocinhas
Escondi-me entre os caubóis
E assim acaba-se a exibição
O salão já está vazio
sobraram restos de panfletos e papel de bala pelo chão
Vou-me embora pra morfeu
Porque esse personagem
Já acabou... Morreu!