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SÓ UM CANTO /NO JARDIM DE SOFIA (zocha)


     Só um canto e a luz acorda
     a orgia celeste recomeça
     em minha alma agreste
     Tu és a carne do meu sonho
     o espaço a pausa a laceração
     desse anjo demônio
     dessa lousa ferida
     entre essas cordas que plangem
     toco-te ainda vestal
     com minha saliva de vinhas
     no calabouço dessa argila sangrada
     Em veneno e loucura
     a tua pele rasga o sal
     da ancestralidade da minha



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