Tudo é novo
Se alguma dor ainda falar de mim,
o que devo dizer das más lembranças
que me chegam sem saber se as quero?
Tudo do meu peito sabe a vida,
das mágoas que já senti, das dores já sentidas,
nos soluços dos choros enluarados
quando apenas a madrugada dava-me guarida.
Renasci do fogo e antes das cinzas,
sem Fênix querer ser por toda a vida,
mas reacendendo no olhar faltado.
O sofrer deixa lições tão belas
que, inda que desamado, meu coração zela
por tudo o que me machucaram almas estranhas.
Então, por fim, antes do chorar contido,
abro-me à vida, encho-me de amor...
e em tudo novo em mim agora, nova me és, minha querida.