ENTRELINHAS
Há muito me perdí nos becos repletos
de marinheiros bêbados, se o som das ruas
anuncia grandes acontecimentos, as novidades
já não vingam, este é o tempo em que o estranho
revela quem somos, pêndulo na mão e punhais
cravados no mapa, é demais obedecer a limites
que não estendemos entre as cidades, eleita
deusa - a velocidade exige festejos
p'ra se apresentar operando milagres, é no carro
que te percorro as curvas provando do sexo depravado
ao longo das estradas iluminadas pelas fogueiras
do apocalipse - o vigarista vende ingressos
para o combate entre os anjos, e os drogados riem
do cavaleiro que partiu a espada na rocha,
eu entendo nas entrelinhas do canto do pássaro noturno, quando os céus
me estendem a mão porque é você a mulher que me conduz ao trono