No Elevador
Enfim sós, eu e quem quer que seja,
Enclausurados por instantes em um elevador.
É um momento único de intimidade entre dois estranhos.
Nem eu converso, nem ela fala nada,
Nem eu me arrisco, e nem ela.
Mas por frações de segundos os olhares se intercalam
E como que indagassem: Quem é você?
Juízos se formam nas cabeças suspensas por cabos de aço.
E quando, talvez, fossem ao menos perguntar as horas,
Só para puxar papo,
A porta se abre,
Ela sai,
Eu permaneço enclausurado,
Por instantes,
Mas enclausurado.