sem razão interferindo
E dos teus olhos eu guardei o suficiente
Para perder o sono durante a noite
E desatentar na vigília durante o dia
Guardei-te em mim, e meu olhar agora vai ao nada
Mas meu pensamento se fixa em tua boca
E teima em não distrair, e insiste em não sair de ti
Daquela noite me sobrou sensações sem toques
E olhares sem um fim em si
E minha mão vazia guardando teu sabor
E eu, num lapso de sentidos, sou somente sentimento
Pura angústia, pois não os vejo em ti
E volto ao que me sobrou daquela noite
Olhos assim, dos quais eu não ousaria desviar os meus