CATAVENTO

CATAVENTO

Louvado seja o vento que sopra

Minha aflição vai-se embora

Como bolhas de sabão

Eternas bolhas soltas

Na multidão

O porto já se descobre no horizonte

Como quem descobre a nudez do amor

Sobre um lençol de mais linda cor

Um dia navegante que fui

Caminhei por mundos

Obscuros mundos

Abstratos e imundos

Mas hoje o vento sopra no cais

Já é noite em mim

Queimei as últimas velas

Que agora mortas

Desmancham nos castiçais

Fui marinheiro de muitas lágrimas

Capitão da própria dor

Amei errado... Mas amei

Vivi paixões tórridas

Mas chorei os beijos que nunca dei

Sendo assim então... Louvado seja o vento que me trás

Ele pouco a pouco apaga os rastros

Que deixei atrás

luis lopes
Enviado por luis lopes em 06/03/2009
Código do texto: T1473101
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