O AMOR EM SI...
O amor que vive de si mesmo
E nunca fenece com a distancia
Lança raios de paixão a esmo...
E trovões de dor e esperança.
E nessa tempestade de desejo,
O amor em si mesmo se levanta...
Dentro da tristeza em que me vejo,
Um torpor celestial se agiganta!
Em cálidos momentos cantaria,
O amor que de si mesmo se fez forte
E nesses momentos, quem diria,
Esse amor lutou até a morte...
Mas morrer foi um começo apenas
Pro amor que consegue renascer
Com a ternura de doces açucenas
Ancorado em tão grande poder...
Mas pode um amor ser assim monumental?
Pode ele suprimir maus sentimentos?
Colocando-se acima do bem e do mal
Enquanto eu caio em bálsamos de contentamento...
Não. Talvez esse amor não seja tão surreal,
Nem seja verdadeira essa paixão
E eu, estou fora da realidade.
Dentro de um mundo sem razão...
Mas quem sabe esse amor me surpreenda,
Tirando de mim a conclusão
Que a vida é um passo em falso á venda
Na vitrine sedutora da ilusão.
Talvez nesse dia eu me arrependa
Por não ter amado a exaustão
Pois a vida em si só vale a pena
Quando o amor é coberto de paixão.