QUEM SE IMPORTARÁ
Sempre volto para dizer que amo,
que nem toda distância fez fenecer
a alvorada de pássaros em nênias,
pelas madrugadas da vida.
Se hoje pensas que fostes esquecida,
nem toda distância o fez.
Se confabulas contigo mesma
rebuscando teu interior em respostas,
saibas que volto porque te amo.
Nem toda distância te farás encoberta
pelas nuvens que me fazem coberto.
Trago em mim toda amplitude,
o sabor daquela mesma juventude
tão distante como estou de ti.
Se volto é porque te quero
e nem esta distância te farás absolvida
do látego deste sentimento,
desta saudade que poderia ter sido morta,
se eu te encontrasse entre o que fomos.
Não será esta distância que te fará fenecida.
Amo-te e já não somos... o que importa?
Não será esta distância que fará extenuado, desistente,
um dia hei e tu hás de me encontrar,
nem que seja para um adeus, apenas adeus,
com tua boca fervendo,
com meus lábios aos teus.
Se não fomos, quem há de se importar... se não eu.