Sempre aqui
Do amor que há muito já ardia
De tropéis inabaláveis de sentimentos,
Herdo eu, abençoada aos quatro ventos,
a triste sina de uma realidade arredia.
Vivo agora em semi-eterna tempestade,
Temendo, então, até a olhar o céu,
Pois enjoei de tanto tomar do fel
Dessa maldita e miserável saudade.
Em vão procuro-te em toda a parte,
Muito mais fico eu desolado
Por voltar sem ter-te encontrado
-Talvez nunca mais irei encontrar-te!
Mas vejo-te sempre no luar
No brilho do sol, na canção,
No meu pensamento e na minha oração.
É por isso (somente por isso) que não deixo de te amar.
Como posso me esquecer de ti, se em todo lugar encontro o brilho de teus olhos?