Sonhador estúpido
Numa tarde saudosa, sob um sol pálido,
Quis declarar-te amor sem fugir da métrica
E pensando assim achei que fosse válido
Criar imagens sobre versos com rimas poéticas.
Imaginando-te então, desenhehei a réplica
De um castelo medieval em estilo gótico
E para não deixar o sonho fugir da ética
Preenchi com pétalas um jardim exótico.
Trascrevi as músicas, decorei os cânticos
Fiz o céu de azul misturar-se em púrpura,
Flores de gardênia para dar um ar romântico
E ainda um arco-ires, só pra servir de cúpula.
Para um sonho assim, cancões específicas,
Coral de passarinhos num arranjo clássico.
Com neom escrevi frases de poesias líricas
Pois era um fato único de um delírio básico.
Por fim, convoquei os sonhos em convite público
E para os recitais dos deuses construí um púlpito
Porém descobri que ao divagar me tornara lúdrico
Por um deslize súbito de um sonhador estúpido.