ÚNICA
Meu reduto de pedra feita,
lar de portas abertas
onde afloram humildes poemas,
sem os clássicos requintes literários,
encobertos pela maravilhosa sensação do amor.
Lar de paredes envelhecidas pelo tempo,
de terra agreste, vento marinho.
Reduto confesso dos meus fracassos,
amigo certo dos momentos furados por granizos.
Lar que acolhe as intempéries saudosistas
deixando vegetar poemas.
Reduto dos meus sonhos de menino,
da primeira namorada,
a única, o verdadeiro amor
que floresce aos pequenos detalhes,
seguindo-me vagarosamente.
Somos dois, seremos envelhecidos pelo tempo,
encobertos pela brancura da neve,
acorrentados pelos elos, ligados pelo amor...
única e suprema razão de ter vida, ser gente.
Meu lar de conteúdo indevassável,
meus agrestes poemas, minha terna morada.
Meus confessos fracassos perdoados pela vida,
na luz dos seus olhos, minha existência... minha menina namorada.