As Moedas
Moedas de prata
Tocam cintilando
O chão de pedra
Em rodopios cinzelando
Como pérolas aos porcos
Como sorte aos quatro ventos
Entre almas e corpos
Calmarias e tormentos
Almas de deuses e pagãos
Destino e cru desatino
Nas rudes aveludadas mãos
De um coringa sorrindo
As tochas não dissipam as trevas
Nem aliviam em trovas
A agonia que sinto agora
Que pode nunca chegar nossa hora
De que vale te amar?
Sem correspondência
Sou correspondente
Anônimo lunar
No coleio de seus quadris
Enroscado feito cobra no tronco de seu corpo
Envenenando teu elixir
Pra possuir-te mais um pouco
Feito diabo em carne de pagão
Lobo em pele de cordeiro
Um beijo quente de verão
Um amor pro universo inteiro
Que habita à fundo
Nada mais que o fundo de nossos Crânios
No ponto mais obscuro
De teu encéfalo!
As moedas rodopiam
Feito roletas da vida
E os homens gritam:
“Cara ou coroa é a escolhida?”
Amor, não deveria ser um jogo de azar...