A tripinha

Falam

tão

mal

do

meu

jeito

de

escrever

em

forma

de

tripinha.

Coitadinha

dela.

Comentam

pelas

ruas

e

esquinas

que

ela

é

vulgar

por

demais.

E

quem

sabe,

até

tenham

razão,

mas

acontece

que

a

tripinha

é

minha

e

ninguém

tasca.

Eu

a

criei

e

a

faço

crescer

com

o

suor

do

meu

rosto.

É

possível

até

que

seja

feia

e

não

se

enquadre

nos

padrões

da

boa

poesia.

Mas

não

estou

disputando

nada.

Não

desejo

elogios

ou

troféus.

Ó

my

god!

Não

pretendo

ser

um

poeta

da

elite.

Na

verdade

nem

sei

se

sou

mesmo

um

poeta.

Quero

apenas

ter

o

direito

de

escrever

da

maneira

que

me

faça

feliz.

Se

gostasse

de

conselhos,

é

claro

que

pediria,

e

até

pagaria.

Mas,

felizmente,

não

é

o

caso

Abaixo

os

castradores

da

criatividade!

Porque

será

que

a

minha

tripinha

incomoda

tanto?

Não

quero

mais

falatórios -

desejo

que

ela

fique

como

está,

quietinha,

estiradinha,

compridinha

como

uma

cobrinha

observando

o

mundo.

Será

que

estou

pedindo

demais?

Por

favor,

não

quero

fazer

fita,

mas

deixem

em

paz

a

minha

tripa!