LÁGRIMAS DE UM QUASE IMORTAL (Poema baseado vagamente no portentoso filme “O estranho caso de Benjamim Button”)

Do meu ermo desconhecido

Onde amortizo

E mitigo

A dor

Vivo ao contrário

Num universo

Cheio de um disléxico

E intraduzível amor

Por onde vagueio

Como um Deus

Pela brisa da madrugada

Onde amo

Sem perceber bem esse sentido

Amo

Pela necessidade intrínseca

E inefável

De precisar da tua alma como farol

E do teu corpo

Como porto de abrigo

Para me afastar

Das diferenças que noto

Cada vez que me vejo ao espelho

Pois nessa teia temporal

Rompida

Fico jovem

Em vez de ficar velho

Aumentando essa necessidade de Ti

Tal como um vampiro

Precisa de sangue

Para viver

Para se imortalizar

Preciso da tua seiva etérea

Preciso de te amar

Do teu espírito

Para me conseguir situar

Aqui

Aqui mesmo

Sem necessitar

De por outros tempos

Outros lugares

Deambular

Anseio pelo toque na tua pele quente

Para que os meus sonhos

Não sejam negros

Tenham o sabor a mel

Porque te Amo

És a minha causa derradeira

O meu primeiro Ideal

Derramando por isso

E por Ti

Lágrimas de um quase imortal

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 01/03/2009
Código do texto: T1463778
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