LÁGRIMAS DE UM QUASE IMORTAL (Poema baseado vagamente no portentoso filme “O estranho caso de Benjamim Button”)
Do meu ermo desconhecido
Onde amortizo
E mitigo
A dor
Vivo ao contrário
Num universo
Cheio de um disléxico
E intraduzível amor
Por onde vagueio
Como um Deus
Pela brisa da madrugada
Onde amo
Sem perceber bem esse sentido
Amo
Pela necessidade intrínseca
E inefável
De precisar da tua alma como farol
E do teu corpo
Como porto de abrigo
Para me afastar
Das diferenças que noto
Cada vez que me vejo ao espelho
Pois nessa teia temporal
Rompida
Fico jovem
Em vez de ficar velho
Aumentando essa necessidade de Ti
Tal como um vampiro
Precisa de sangue
Para viver
Para se imortalizar
Preciso da tua seiva etérea
Preciso de te amar
Do teu espírito
Para me conseguir situar
Aqui
Aqui mesmo
Sem necessitar
De por outros tempos
Outros lugares
Deambular
Anseio pelo toque na tua pele quente
Para que os meus sonhos
Não sejam negros
Tenham o sabor a mel
Porque te Amo
És a minha causa derradeira
O meu primeiro Ideal
Derramando por isso
E por Ti
Lágrimas de um quase imortal