E A NOITE CAIU…

E na soberba da mentira

Ele soube que ela estava

Não de chegada

Mas de partida…

E a noite caiu…

No manto negro diáfano

Que os protegia da realidade

A sensação química de a ter

De a possuir

Constituía no meio das trevas

A sua única

E talvez derradeira verdade…

E a noite caiu…

E ele chamava a essa partilha corpórea momentânea

De Amor

Talvez estivesse enganado

Mas naquelas horas prolixas de afectos

Ele a seguiria

Independentemente dos caminhos

Mais ou menos tortuosos

Que ela tomaria

E que ele instintivamente

Sabia de côr…

E a noite caiu…

E definitivamente

Não

Não poderia ser amor…

Mas era o único nome que lhe ocorria

Para descrever

Os afectos que ganhava

E que perdia

Mal a luz aparecesse

Mal

Raiasse o dia…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 28/02/2009
Reeditado em 02/03/2009
Código do texto: T1462136
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