E A NOITE CAIU…
E na soberba da mentira
Ele soube que ela estava
Não de chegada
Mas de partida…
E a noite caiu…
No manto negro diáfano
Que os protegia da realidade
A sensação química de a ter
De a possuir
Constituía no meio das trevas
A sua única
E talvez derradeira verdade…
E a noite caiu…
E ele chamava a essa partilha corpórea momentânea
De Amor
Talvez estivesse enganado
Mas naquelas horas prolixas de afectos
Ele a seguiria
Independentemente dos caminhos
Mais ou menos tortuosos
Que ela tomaria
E que ele instintivamente
Sabia de côr…
E a noite caiu…
E definitivamente
Não
Não poderia ser amor…
Mas era o único nome que lhe ocorria
Para descrever
Os afectos que ganhava
E que perdia
Mal a luz aparecesse
Mal
Raiasse o dia…