EU FIZ UM MUNDO PRA PODER TE AMAR

Tu sempre foste o dígrafo fonado de meu verso mais calado;

E no meu sonho alado tu és a pretensão de um paradigma impossível;

Aos pés dessa opaca imposição empedernível, gota fria sob o céu nublado;

Estrela a quem persigo qual cometa obcecado, minha vontade mais inconsumível!

As hordas da moral juntaram suas tropas com a pesada artilharia normativa;

A ética vigente negou guarida a tal propositura que ao distinto é inerente;

E se uniram por pudor latente, impondo-nos a mais ingloriosa despedida;

Uma afronta injusta e desmedida, uma mordaça de asno princípio incoerente!

O mundo cego e surdo ao meu amor ficou ocluso para o bem que te ofereço;

Questiona se eu mereço, também me nega o direito a ser feliz;

Porém ele não diz a quem condiz a propalada superfície e seu avesso;

E cobra um alto preço pela cômoda conduta que honestamente eu nunca quis!

Por isso eu decidi te recriar sem restrições e fiz teus beijos libertários;

Concretizei os meus delírios imaginários e me livrei do escuro cárcere profundo;

E é nessa dimensão que eu me inundo de anelos refratários;

Te dei pro meu amor onde não há juízos temerários, criei um novo mundo!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 27/02/2009
Código do texto: T1460008
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