EU FIZ UM MUNDO PRA PODER TE AMAR
Tu sempre foste o dígrafo fonado de meu verso mais calado;
E no meu sonho alado tu és a pretensão de um paradigma impossível;
Aos pés dessa opaca imposição empedernível, gota fria sob o céu nublado;
Estrela a quem persigo qual cometa obcecado, minha vontade mais inconsumível!
As hordas da moral juntaram suas tropas com a pesada artilharia normativa;
A ética vigente negou guarida a tal propositura que ao distinto é inerente;
E se uniram por pudor latente, impondo-nos a mais ingloriosa despedida;
Uma afronta injusta e desmedida, uma mordaça de asno princípio incoerente!
O mundo cego e surdo ao meu amor ficou ocluso para o bem que te ofereço;
Questiona se eu mereço, também me nega o direito a ser feliz;
Porém ele não diz a quem condiz a propalada superfície e seu avesso;
E cobra um alto preço pela cômoda conduta que honestamente eu nunca quis!
Por isso eu decidi te recriar sem restrições e fiz teus beijos libertários;
Concretizei os meus delírios imaginários e me livrei do escuro cárcere profundo;
E é nessa dimensão que eu me inundo de anelos refratários;
Te dei pro meu amor onde não há juízos temerários, criei um novo mundo!