Medo de amar
Na noite passada, ali deitada
Recebi uma visita inesperada
Que penetrou em meus sonhos
O tempo todo... Chamando-me
Assustada, percorria caminhos
Escuros, tênues e desconhecidos
Olhos fechados, boca calada
Atraída, tanto quanto amedrontada
Na tentativa de fuga, te trazia perto,
Porque não eram corpos apenas
Mas um encontro marcado
De almas em loucura e pecado
Em fugir da vontade que queima
Estou presa em amarras consentidas
Guardando o meu segredo em dor
Sufocando o meu medo de amor
No meio dessa perseguição
Eu fugia de ti até a exaustão
E você na cruel perseguição
Acariciava-me em sedução
Minha intimidade... Plena inação
Estava inerte pela força da tua mão
Ah! Como você invadia os braços
Os teu abraços... O teu enlaço...
Estava encurralada com os amassos
Suava ansiosa pela sofreguidão
Seria temor ou apenas excitação?
Só sei que passei o maior sufoco
Resolvi contar em minúcias o enredo
Quando você me tocava assim de leve
Minha pele queimava... Tudo ardia!
Como era gostoso o que eu sentia
Vibrava, galopava, tremia, gemia
Os sussurros, os uivos até doíam
Aí... Eu senti o poder da solidão
Quando acordei e não te vi ao lado
E agora eu choro aqui de saudades
Por que fostes embora? Tão cedo...
Deixando a minha cama fria e vazia
Sem o calor do teu irrequieto amor
Dueto: Vera Beatriz e Hildebrando Menezes