Quando me vesti de luto...

Quando me vesti de luto as lágrimas cobriram minha face...

Senti-me tão só e triste

Que a vida começou a esvair-se

Pelas pontas dos dedos

Pois não mais a segurava...

Senti muito frio

E, ao meu redor,

Tudo se fez escuro

Como a noite sem estrelas...

Não vivi, fui como espectro pela terra,

Pois a dor da saudade foi demais...

Dizem que o tempo acalma todas as dores

E que o passado torna-se longe

E esquecido...

Nem sempre é verdade...

Então, um dia... Eu o vi!

Minh’alma agitou-se e agigantou-se

Dento de mim!...

Ele passou galopando no vento,

Segurando estrelas como luminárias

E as rédeas eram de prata, feitas de luz!...

Ele era a própria luz!...

Subi em um raio de luar,

Numa atitude agressiva,

Estranha a mim,

Corri com forças vindas de não sei onde,

E peguei as rédeas de meu sonho que passava!...

Apossei-me dele!...

Quis sonhá-lo novamente!...

- Mas meu sonho já não era mais “o meu...”

Escapou por entre meus dedos enquanto eu lhe sorria

E lhe dizia todas as palavras de amor

Que tinha dentro em mim...

E ele se foi... Como uma bela e rápida

Antevisão do céu...

Estrela fugidia...

Tarde demais eu encontrei o sonho,

Que eu pensava “ser meu”!...

Despedi-me dele sorrindo

Para não entristecê-lo!

Fiz-me contente por tê-lo por um momento

Em minhas mãos...

Mas no que ele se foi...

Vesti meu luto novamente!...

Ele passou por aqui tão rápido!

Passou... e foi seguir seu caminho de estrela!...

E com ele vai o que me resta de vida...

Vai a alegria e o sorriso...

E o meu olhar arteiro

De menina e de mulher...

Voltarei a ser silêncio...

Encolhi-me num canto,

Pois a casa pareceu-me enorme,

E senti frio...

Chorei. Chorei todas as lágrimas que tinha dentro em mim...

Perdi o sonho que eu pensava “meu”

Pela segunda vez...

Minhas mãos não souberam retê-lo,

Estavam trêmulas...

E o “meu tempo” passou...

- Este é o castigo para os que não sabem

Sonhar seu sonho,

Amar e retê-lo,

... Pela primeira vez!...

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Nota:

Cláudia Valéria, esposa do Emanuel Antonio, postando poemas de minha sogra. Sogrinha, neste eu chorei... Bjs! E, por favor... fica bem!

Tua filha de coração, Val.

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 26/02/2009
Reeditado em 26/02/2009
Código do texto: T1458553
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