A Entrega
Sem desespero dos corpos
Ou inquietantes pensamentos de amanhã,
Tudo controladamente sútil
Como o calor que aumenta suavemente.
As mãos que percorrem o dorso,
Os olhos que percorrem as mãos,
A boca umedecida de desejo,
Do beijo que nunca foi sentido,
Que precisa ser inventado.
Pacientemente a conquista do prazer,
De repousar no seu cheiro,
Pressentido o desejo tão escancarado,
Enquanto me rouba lentamente o ar
Você se permite sufocar.
Nenhum tremor é percebido
No deleite de nos tocar,
Entre a troca de sentimentos
O acender de nossas almas,
Na malícia do momento
A entrega sem palavras.