Sonho angelical

Menina que em candura adormeces

qual lírio dos campos, cândido de alvura

os anjos róseos vêm velar teu sono

afagar tua face, adormecida e pura.

O peito arfante de emoções contidas

tempos de espera, de receio

pudera o destino reverter agora

essa ânsia atroz que te invade o seio.

Cabelos soltos enfeitam teu rosto

como nuvens claras, ondulantes

coro celeste, que sublime entoam

canção serena, acordes palpitantes.

Um ser amado povoa os teus sonhos

prelúdio do amor, dor do desejo

e, lânguida, descobres que és mulher

à espera da ternura de um beijo.

Isabel Camargo Pontes