SONETO - CANTILENAS  AO AMOR




Poeta menino! Neste século, o que foi teu mal, é ambíguo e deserdado.
Na luzes cidadãs, nas moças cortesãs, no padre vaticínio, um mesmo mal é conciso:
Tudo me é permitido! E tudo me é subvertido! Neste século ingênuo; o que é pecado?
Padecem das enfermidades, o pai, o irmão, a filha, e o médico indeciso.


Neste século, soa o grito, e retumbam os tambores, miséria humana veste espiadelas
O poeta espanca o peito, deita-se no leito de flores e não se posiciona suspeito,
É desprovido da dor que lhe confrangeu, pois, a dor é por outras querelas!
O mal deste século, não tem luzes frágeis, vinhos em odres ou tabernas de deleito


Poeta o teu chão de flores mortas, é neste século, outro chão e neste a morte é em vão
Flores não têm perfumes, e quando colhidas, os espinhos permanecem ferindo coração
A fome! Dar-se, outro nome, neste século de regalos. E se canto o amor; morro! E meu mal é impreciso.


Minha cisma, meu temor, este odioso rancor, que nestes versos exprimo, é mal de siso.
Não levante tua lira e não cante dos teus arroubos, tua poesia não encarcera meu pranto
Morrerei de amor, mesmo que neste século, o amor assim expresso, seja espanto!



Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 23/02/2009
Reeditado em 28/02/2009
Código do texto: T1454272
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