A poesia na parede
(Estrada Humana – Otávio Costa)
Poesia escrita na parede
Sutilmente se apaga
Chegando a madrugada
Contudo vem dando um sentindo
A este espetáculo que é a vida
Ou aos quantos passam com tempo
Para fazer sua leitura e contemplar
Gastando os olhos na curiosidade
Com o amanhecer
Depois de lida
Rapidamente se apagará
Tornando-se poesia esquecida
No espaço deixado com suas marcas
Não comprometeu a parede
Foi escrita à mão com giz
Sei que amanhã
Outra poesia será encontrada em seu lugar
O que fica implícito nesta loucura
É sua fórmula simples de abrandar a dor
Abrindo e fechando feridas
Ao desbotar-se na parede.