POEMAS PROFANOS: Amor e sussurros

Disse a minha Amada,

sussurrante: «Amo-te, amo-te muito.»

Falava (eu) em tom muito baixo,

sem quase ruído nenhum,

quase em silêncio,

no vazio...

Era cochicho...

Ou murmúrio...

Talvez por isso, minha Amada

ouvisse sem ouvir

o sentir latejante:

«Que dizes...?

»Como...?

»Ó!»

Fora (ou dentro)

quase nem era percebido

som suave, confuso...

Murmurinhava a brisa

(ou o sonho frágil)

amores rachados

às árvores já quase florescidas...