Amo-te

Amo-te ausente, no verter do pranto

ausência mensageira da saudade

com tal fervor, com tal ansiedade

desejo de te amar, puro encanto.

Quisera ver-te aqui e agora

me envolver, fremente, nos teus braços

repousar no teu ombro o meu cansaço

como o sol nos braços frios da aurora.

Me embeber na luz do teu olhar

e me perder nas trevas dos teus cabelos

matar a sede voraz dos meus apelos

juntar-me a ti e sonhar... e sonhar.

Aquecer com meu calor teu corpo branco

tocar de leve tua boca sensual

matar em mim essa angústia mortal

e esvanecer no seu sorriso franco.

Quero mergulhar em águas calmas

preencher do meu âmago o vazio

dourar o sonho de um viver sombrio

tirar a ânsia que crucia a alma.

No meu seio aconchegar tua cabeça

deitar contigo em campos floridos

poder saciar a fome dos sentidos

até passar o dia e que anoiteça.

Provar teus beijos em longo momento

qual lua branca de eterno langor

sentir na carne as delícias do amor

partilhar teu sonho unida em pensamento.

Isabel camargo Pontes